4 de abril de 2016
365 Vidas - Super Meat Boy
Eu já contei aqui, mas o fato é que acabei na área de TI porque queria desenvolver jogos na LucasArts. Há 20 anos, quando essa ideia meio infantil foi colocada em prática, material sobre o assunto era escasso, ainda mais para um calouro ruim de grana igual a mim.
Como muitos da minha geração, meu primeiro videogame foi um Atari 2600, mas o meu gosto por jogos digitais foi – antes dos meus primeiros minutos com Indiana Jones and the Last Crusade no PC – curtido no fliperama e, principalmente, nos jogos de plataforma do Master System e Mega Drive. Assim, meus experimentos mais avançados na programação de jogos se deram com clones do... Super Mario.
Uma das características que eu mais aprecio em um jogo é a possibilidade de explorar o cenário, coisa que RPG’s, aventuras gráficas e muitos jogos de plataforma têm de sobra. Entretanto, não me dou bem com os jogos de plataforma atuais por conta da obsessão dos desenvolvedores atuais em exigir do jogador uma destreza quase sobre-humana.
Pode-se alegar que os antigos jogos de plataforma também demandavam bastante do jogador, mas muitos casos eram fruto de um design de fases mal feito, enquanto outros apresentavam desafios impossíveis que não impediam o jogador de seguir em frente. No caso de muitos jogos de plataforma atuais, como Guacamelee!, Life of Pixel e Super Meat Boy, saltos que exigem timing perfeito ou precisão milimétrica estão no coração da jogabilidade, levando os meros humanos a abandonar o barco.
A primeira vez que ouvi falar de Super Meat Boy foi no documentário Indie Game: The Movie, do qual um dos personagens foi o seu atormentado desenvolvedor. O enredo do jogo é meio bizarro: você é um cubo de carne que se vê separado da namorada, Bandage Girl, por conta dos frequentes ataques do cruel Dr. Fetus, um bebê dentro de uma redoma de vidro dotada braços e pernas mecânicos. What?!
O visual do jogo é interessante, apesar de um pouco estéril, e os efeitos sonoros são bem divertidos; a movimentação do personagem é fluida, mas as mais de 300 fases são desenhadas de forma sádica, pois a razão de existir de Super Meat Boy é uma só: torturar o jogador. E eu já passei dessa fase masoquista.
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