Aconteceu novamente: o assassino de
Laura Palmer fez outra vítima. Aconteceu novamente e nós fomos testemunhas; assistimos, sem firulas, à loucura e à violência às quais
Maddy Ferguson foi submetida. Aconteceu novamente e, pela primeira vez nesse jogo de descobrir quem é o assassino, estamos à frente de
Dale Cooper.
Escrito por
Scott Frost - irmão de
Mark Frost - e dirigido por
Caleb Deschanel, este oitavo episódio de
Twin Peaks muda o foco da investigação para o assassino. Acompanhamos
Leland/
BOB desde o início do dia, quando ele recebe a visita do casal picolé de chuchu
Donna e
James. Em todos os momentos seguintes, o pai de
Laura é o que já estávamos acostumados a ver: um cara excêntrico, mas inofensivo.
Entretanto, sabemos que de inofensivo
Leland/
BOB não tem nada, e isso causa uma certa tensão quando o vemos, por exemplo, brandir um taco de golf às costas de
Cooper. Tenso também é o momento imediatamente anterior a esse, quando o assassino tenta - sem sucesso - mostrar ao agente o seu conjunto de tacos de golf, armazenados no mesmo saco em que guardou o corpo de
Maddy.
Há quem argumente que
BOB não é real e que sua existência não passe de um artifício utilizado por
Leland e
Laura para diminuir o terror de um pai molestando a própria filha, mas o fato é que
Leland e
BOB habitam o mesmo corpo. Seja possessão demoníaca ou psicose, nunca sabemos quem está no comando; ou melhor: de vez em quando sabemos quando
BOB está presente, pois ele é infantil como um vilão que torce o bigode assim que o detetive vai embora sem capturá-lo, mas nunca sabemos se estamos diante de
Leland, fruto da boa construção do personagem e, obviamente, do excelente trabalho de
Ray Wise.