18 de dezembro de 2020

NoteQuest

NoteQuest - O Santuário da Maldição Sangrenta

Criado por Tiago Junges, autor de Mighty Blade, Malditos Goblins!, Ronin, Amigo Dragão e mais outros trocentos jogos, NoteQuest é um dungeon crawler solo minimalista e super mortal.

O jogo foi produzido para os apoiadores do Coisinha Lab em 2019, com direito a cópia física na extinta Coisinha Box, mas a versão original (e a expansão) pode ser baixada gratuitamente no site do autor. Um financiamento coletivo recente viabilizou a produção de uma nova versão física incluindo o suplemento Mundo Expandido, e esse livro — eu imagino — deve ser vendido posteriormente na loja do Coisinha Verde, pois, provavelmente, tem gente que também perdeu o late pledge.

11 de dezembro de 2020

Gerador de Masmorras para Dungeon Crawl Solo (Ou Não)

Gerador de Masmorras para Dungeon Crawl Solo

Embora dungeon crawl não seja sinônimo de RPG, muita partida boa (ou ruim) já terminou (ou começou) com os heróis explorando uma masmorra. E mesmo que a masmorra esteja no nome do sistema que formatou o hobbie, ela não se limita à sua versão de fantasia medieval, habitada por orcs e dragões; invadir a Estrela da Morte para resgatar a Princesa Leia, por exemplo, também é um dungeon crawl.

Muitos (se não todos) RPGs Solo voltados para o dungeon crawl trazem geradores de masmorra. Isso acontece, obviamente, por não existir a figura do Mestre de Jogo para preparar e gerenciar a masmorra, mas também pela necessidade de permitir a surpresa durante a exploração.

4 de dezembro de 2020

Advanced Aventuras Heróicas (Solo)

Advanced Aventuras Heróicas (Solo) - print-and-play

Embora meu irmão ainda tenha sua cópia do Aventuras Heróicas, não dá para ficar pegando emprestado sempre que eu quiser jogar, o que não são muitas vezes, é verdade… Como meu saudosismo não me permite gastar quase um salário mínimo na única cópia usada que encontrei à venda por aí, e como o jogo — tirando as miniaturas tóxicas de chumbo — é feito de papel, eu resolvi fazer minha própria versão.

Inicialmente a ideia era reproduzir apenas o tabuleiro, pois o resto — miniaturas e marcadores de cenário — viria do acervo que eu já imprimi em 3D. Entretanto, no meio do processo surgiu a ideia de desenvolver um modo solo, que acabou puxando algumas alterações nas regras, culminando nessa versão que eu chamei de Advanced Aventuras Heróicas (Solo), porque sou jogador massa-véia e acho bacana colocar o prefixo advanced em novas versões de sistemas de RPG.

20 de novembro de 2020

Aventuras Heróicas: O HeroQuest Brasileiro

Aventuras Heróicas: O HeroQuest Brasileiro

Em novembro de 1991 aconteceu a primeira Bienal Internacional de Quadrinhos. O evento, que depois evoluiu para o FIQ, marcou a chegada oficial do RPG à Pindorama, com o lançamento da edição nacional de GURPS pela Devir.

Já existiam pioneiros do RPG por essas bandas — a galera da famigerada “geração Xerox” —, mas o sistema de Steve Jackson foi o primeiro em português brasileiro; isso, vale lembrar, aconteceu antes até de Tagmar, que é o primeiro RPG nacional, mas foi lançado um mês mais tarde.

Naquela primeira edição da bienal, há 29 anos, a IDD Miniaturas também aproveitou o evento para lançar seu Aventuras Heróicas, um jogo de tabuleiro com miniaturas de chumbo que, apesar de não ser RPG, permitia “a seus jogadores participarem de um mundo fantástico, baseado em Lendas e Mitos Antigos”.

13 de novembro de 2020

Chá de VHS - Call Girl of Cthulhu

Chá de VHS - Call Girl of Cthulhu

Escrito e dirigido por Chris LaMartina, Call Girl of Cthulhu é um filme independente de comédia/horror realizado com um orçamento baixíssimo. Só para se ter uma ideia, sua campanha de financiamento no Kickstarter teve uma meta de apenas US$ 25.000,00, um valor que, provavelmente, não cobriria as próteses de nariz dos anões da trilogia trash O Hobbit.

A história gira em torno de Carter Wilcox, um jovem artista virgem que se apaixona por Riley Whatley, uma garota de programa. Até aí nada de novo, se levarmos em conta a trama de muitos filmes românticos ou “comédias” por aí, mas há um detalhe: Riley nasceu com uma marca que faz dela a escolhida para gerar o filho de Cthulhu!

O filme foi lançado em 2014, um ano em que as pessoas ainda ouviam CDs de música e jovens virgens, como Carter, não passavam os dias em fóruns online, destilando sua misoginia e frustração na companhia de outros tantos ineptos. São dois fatos totalmente irreais mostrados no filme, eu sei, mas Cthulhu não existe, vale lembrar…

6 de novembro de 2020

A Herança de Cthulhu

A Herança de Cthulhu

Como eu já comentei antes, um dos meus pontos fracos é o horror cósmico. Então, quando o Jefferson Pimentel anunciou o início do financiamento coletivo de A Herança de Cthulhu, minha reação foi igual à de quando soube do projeto para a primeira edição brasileira de Call of Cthulhu: “Shut up and take my money!”

Com versões em português de Call of Cthulhu e Trail of Cthulhu, por que apoiar um RPG nacional de horror cósmico? Os motivos foram vários:

  • o jogo tem uma modalidade solo;
  • o autor é membro da comunidade RPG Solo, onde ele pode ser encontrado para trocar ideia e/ou tirar dúvidas;
  • o jogo é “irmão” de Vampiro: Sozinho na Escuridão, um título querido entre a moçada da já citada comunidade do Facebook;
  • em vez de colocar os jogadores no papel de investigadores que tentam impedir a volta dos Grandes Antigos, o jogo se passa em uma realidade pós-apocalíptica na qual Cthulhu voltou, uma premissa até então inédita nos RPGs de temática semelhante já publicados em Pindorama no Brasil;
  • horror cósmico é um dos meus pontos fracos, já falei.

A Herança de Cthulhu é, em essência, um hexcrawl baseado nas mesmas regras simples e concisas de Vampiro: Sozinho na Escuridão. O sistema pode ser jogado no tradicional modo guiado, mas a grande quantidade de tabelas aleatórias deixa claro que o foco está em partidas sem mestre, tanto solo quanto cooperativas.

- Ouvindo: Karim Ouellet - Catastrophe

1 de novembro de 2020

Dungeon World & Mythic Variations II

Dungeon World & Mythic Variations II

Embora eu tenha sido DM de AD&D no século passado, quando voltei ao hobbie em carreira solo, me converti — como diria o Tio Nitro — à Igreja do Apocalipse, em especial o Dungeon World.

Conheço quase nada dos trocentos PbtA's que existem por aí, mas imagino que a maioria (se não todos) possui uma mecânica de Vínculos, que é totalmente voltada para a interação entre personagens. Talvez isso seja trabalhoso de tratar em modo solo, mas a mecânica dos Movimentos — que são praticamente mini-oráculos — e a filosofia de "jogar para descobrir" encaixam-se perfeitamente nessa forma de jogar RPG.

23 de outubro de 2020

2d6World Solo: Screams of the Children

2d6World Solo: Screams of the Children

Para testar uma aventura pronta em modo solo, escolhi o cenário Screams of the Children do Cthulhu Dark, mas me rendi aos movimentos do 2d6World para resolver as ações da personagem; para emulação do mestre, em vez de apelar novamente para o Mythic, usei os oráculos do 2d10Solo.

Para incorporar elementos aleatórios na história, adotei inicialmente uma mecânica semelhante à do Miso RPG citada pelo Tarcísio Lucas nesse vídeo, de estabelecer duas opções: Opção A (elemento da história como no original) e Opção B (elemento da história em versão alternativa); rolando dois dados, um para cada opção, o de maior valor determinava a “verdade” da história. A partir da quinta cena, em vez de seguir com essa mecânica de duas opções, eu passei a utilizar o Teste de Distorção criado pelo camarada do canal RPG Tips, que é mais complexo, mas rendeu resultados interessantes.

Por fim, quando um movimento do 2d6World levava a perguntas para as quais não havia resposta no texto original, houve momentos em que eu segui com o que parecia mais lógico e, quando a inspiração faltava, usei uma mecânica que o Tiago Junges mostra nesse vídeo, de sortear frases em um livro de temática semelhante à da aventura.

Embora a história tenha seguido bem próxima da original, o emulador de mestre gerou situações bem interessantes e, no final, a experiência não poderia ter sido mais lovecraftiana.

- Ouvindo: Josh Cohen - Man of War

22 de outubro de 2020

Aventuras Prontas em Modo Solo

Aventuras Prontas em Modo Solo

Existe um zilhão de sistemas de RPG por aí, com uma infinidade de aventuras prontas publicadas, mas a maioria absoluta dessas aventuras foi escrita para o mestre de jogo. Em modo solo, pode-se jogá-las da forma como foram escritas, mestrando para jogadores emulados, ou conduzindo um personagem pela trama planejada, com o auxílio de um tradicional emulador de mestre; o problema da segunda opção é que evitar spoilers é uma tarefa praticamente impossível.

20 de outubro de 2020

Revisitando Twin Peaks… pelo RPG

Revisitando Twin Peaks… pelo RPG

“There are many stories in Twin Peaks — some of them are sad, some funny. Some of them are stories of madness, of violence. Some are ordinary. Yet they all have about them a sense of mystery — the mystery of life. Sometimes, the mystery of death. The mystery of the woods. The woods surrounding Twin Peaks.”

Eu tenho alguns pontos fracos: Star Wars, o horror cósmico e, principalmente, Twin Peaks. Gosto tanto da série, que sempre acabo priorizando jogos — ou quadrinhos, ou séries, ou filmes, etc. — em que ela é citada como inspiração. Assim, quando saí da minha hibernação rpgística, nada foi mais natural do que procurar sistemas e/ou cenários influenciados pela criação de David Lynch e Mark Frost.

12 de outubro de 2020

Visual Mythic Game Master Emulator

Visual Mythic Game Master Emulator

Quando comecei a programar, no final do século passado, consegui unir o útil ao agradável desenvolvendo um gerador de personagens de AD&D na linguagem que eu estava estudando na época. Por me encontrar em uma situação semelhante, de estar estudando uma nova linguagem de programação no momento em que conheci o Mythic, minha primeira ideia foi implementar uma versão digital do emulador de mestre.

Por sorte, meu espírito punk do “faça você mesmo” se rendeu, com alguma resistência, ao Visual Mythic Game Master Emulator. Do contrário, eu teria gasto mais tempo desenvolvendo uma aplicação semelhante — o que é divertido também — do que propriamente jogando.

11 de outubro de 2020

Getting Dark

Getting Dark

Em nossa primeira (e única) partida de Cthulhu Dark + Mythic, a Fernanda criou um NPC, o delegado da Polícia Civil Magnus Giordano. Quando trocamos da mecânica sem mestre para a tradicional mestre/jogador, estava claro que Magnus iria voltar à história e, por isso, resolvi desenvolvê-lo mais.

Como a Fernanda já havia definido o básico, como ocupação, idade e aparência física, recorri ao UNE (The Universal NPC Emulator) para buscar suas motivações. O resultado, para uma história na qual eu planejava incluir os tradicionais cultistas, não poderia ser mais interessante: promote the church, institute academia e assist slavery.

10 de outubro de 2020

Down the Rabbit Hole

Down the Rabbit Hole

Eu estava na entrada da toca do coelho quando passei a participar da comunidade do RPG Solo no Facebook, mas só segui o Coelho Branco buraco abaixo quando ele se apresentou como Trevor Devall e, logo na introdução do seu primeiro vídeo, explicou que iria, basicamente, mestrar para si mesmo com o auxílio de um emulador de Mestre de Jogo.

Corri atrás do tal Mythic Game Master Emulator que ele havia citado e, lendo a mecânica proposta pela Tana Pigeon, convenci a Fernanda a testá-la comigo em uma aventura de Cthulhu Dark inspirada no caso da contaminação química de uma cervejaria daqui de Belo Horizonte.

9 de outubro de 2020

Antes solo do que não acompanhado…

Antes solo do que não acompanhado…

Meu primeiro contato com o RPG Solo se deu há menos de 1 ano, quando a Skynet o Facebook me sugeriu — por conta de alguns grupos que ainda justificavam a existência de uma conta minha na plataforma — a comunidade brasileira sobre o tema.

Minha história no RPG, entretanto, começou há quase 30 anos, quando o hobbie começava a dar as caras por aqui oficialmente, com a notícia do lançamento de GURPS pela Devir