28 de outubro de 2021

Os Outros

Os Outros

Com a chegada do Halloween, o Tiago Junges novamente propôs uma jam de jogos solo, e os temas foram os seguintes:

  1. Esperança
  2. Renovação
  3. Revolução
  4. Esporte
  5. Relatório
  6. Urbano

Eu, que não pensava em participar, bolei um jogo de escrita baseado nas mecânicas do To Graves Unknown. O bacana é que eu mirei no tema Relatório, mas acabei acertando no tema Esperança.

O download de Os Outros pode ser feito aqui ou, em inglês, no itch.io ou DriveThruRPG.

- Ouvindo: Yo La Tengo - A Worrying Thing

3 de setembro de 2021

Paranormal Inc.

Paranormal Inc.

Tudo estava normal até que, há alguns anos, caiu o véu que separava o mundo dos vivos e dos mortos. O caos trazido pelas assombrações foi uma excelente oportunidade para os investigadores paranormais, que viram a busca pelo seu trabalho disparar, mas os anos passaram e as pessoas se acostumaram com os fantasmas em seu dia-a-dia; a queda na demanda, aliada à presença de grandes empresas no ramo paranormal, provocou um impacto cadastrófico na vida das pequenas empresas como a Paranormal Inc., que agora lutam — com equipamentos defasados e profissionais mal remunerados — para continuarem existindo.

Escrito por Alicia Furness, Paranormal Inc. é um RPG sem mestre que coloca os jogadores no papel de membros da empresa de investigação paranormal que dá nome ao jogo.

O jogo, que tem uma influência óbvia de Os Caça-Fantasmas e até mesmo Scooby-Doo, é baseado na engine de Brindlewood Bay, um PbtA no qual os jogadores interpretam senhoras de um clube de literatura de mistério que acabam resolvendo assassinatos reais.

14 de julho de 2021

Cybercidades e Synthwave

Cybercidades e Synthwave

A primeira vez que joguei um RPG de temática cyberpunk foi em um Encontro de RPG promovido pelo finado Dragon's Cave Club, da também extinta Livraria Leitura Savassi. Isso foi, certamente, depois do auê causado pela notícia da apreensão do GURPS Cyberpunk pelo Serviço Secreto americano, e eu estava animado com a ideia de jogar como um Netrunner, pois os computadores me fascinavam, mas essa sessão não foi nem um pouco memorável.

O jogo era o Cyberpunk 2020, se não me falha a memória, e isso aconteceu há quase 30 anos, em uma época que ter computador em casa era coisa de gente rica e a internet, que ainda não tinha dado as caras por aqui, não havia se transformado na caixa de gordura da humanidade, com discursos de ódio, fake news e negacionismo correndo soltos pelas redes (anti)sociais.

Algum tempo depois, a segunda edição do Shadowrun chegou a Pindorama e aquele jogo parecia muito bacana, pois colocava os seres fantásticos do AD&D em um cenário futurístico, com direito a implantes cibernéticos e tudo mais. Meu irmão não nerd acabou ganhando uma cópia do livro e lá fomos nós: regras lidas, fichas montadas e… nunca jogamos uma partida. Nem mesmo as versões eletrônicas do SNES ou Mega Drive eu joguei.

Corta para 2021 e os carros seguem presos ao chão; algumas pessoas acreditam que uma vacina é a desculpa para implantarem um chip microscópico no seu corpo, enquanto outras — muitas vezes as mesmas — duvidam que a Terra é redonda e dizem que o aquecimento global é papo furado. Nesse futuro sombrio, onde — ao menos — as grandes corporações seguem fingindo que não mandam em nada, ainda haveria espaço para o cyberpunk? Eu diria que sim, vide o sucesso de Ready Player One, o hype do videogame Cyberpunk 2077 e — por que não? — a boa recepção do RPG Solo Cybercidades e Synthwave.

18 de junho de 2021

RPG para quem gosta de escrever

RPG para quem gosta de escrever: The Case

Como jogar RPG Solo? Eu já falei um pouco sobre isso antes, mas não custa repetir: de forma bem direta, para quem já tem familiaridade com RPG, basta escolher um sistema favorito e juntar com um emulador de Mestre ou oráculo simples. É uma receita básica, mas que pode acabar pedindo por outros componentes, como geradores de aventuras, geradores de masmorras, entre outros materiais de apoio que podem acabar tornando a experiência um pouco opressiva.

Em contrapartida a essa fórmula base, pessoas já acostumadas com o RPG podem encarar sistemas puramente solo como o RONIN e o Cybercidades e Synthwave, ou sistemas sem mestre como o Nômades, o A Herança de Cthulhu e o Ironsworn, pois esses sitemas já trazem em um único lugar tudo o que uma pessoa pode precisar.

Para quem nunca jogou RPG na vida e já quer (ou precisa) começar em modo solo, minha sugestão seria algum dungeon crawler mais direto ao ponto, como o NoteQuest ou o Advanced Aventuras Heróicas (Solo). Pode-se argumentar que esses dois exemplos não são RPGs, mas é possível utilizá-los como ponto de partida.

8 de junho de 2021

Hora do Café - Um jogo solo sobre preparar café

Hora do Café - Um jogo solo sobre preparar café

Em celebração pelo primeiro Dia Nacional do RPG Solo, o Tiago Junges propôs a Solo Jam 2021, para a qual os jogos devem ter uma ou mais das características abaixo:

  1. Sem dados
  2. Sem violência
  3. Sem vergonha
  4. Sem destino
  5. Sem classe
  6. Sem fichas

Até três anos atrás, aproximadamente, eu não tomava café. Foi acompanhando a Fernanda na SIC de 2018 que acabei tomando gosto pela bebida e, atualmente, sou eu o responsável por preparar o café aqui em nosso quartel general.

Inspirado nessa rotina quase meditativa de preparar um café, eu criei um joguinho para a Solo Jam 2021 chamado Hora do Café, cujo download pode ser feito aqui ou, em inglês, no itch.io.

- Ouvindo: Basement Sweet - Slow Down

2 de abril de 2021

Nômades Elo Um: Incógnito

Nômades Elo Um: Incógnito

Escrito por Marcelo Collar, Nômades éum RPG de fantasia urbana, sem mestre, no qual os jogadores interpretam pessoas que têm a capacidade de viajar entre realidades paralelas.

O jogo tem uma mecânica baseada em um baralho comum, e todas as situações — dos testes dos personagens ao combate, passando pelas perguntas sobre a cena e/ou cenário — se resolvem, de uma forma bem resumida, classificando as dúvidas (“O personagem conseguiu desviar do golpe?”, “O segurança foi convencido pela mentira do personagem?”, “Há uma saída de emergência nesse aposento?”, etc.) em Trivial, Lógico, Ilógico ou Impossível, com a resposta sendo dada pela(s) carta(s) sacada(s).

Diferente, por exemplo, do Troika!, que tem seu lore espalhado pelas descrições de backgrounds de personagens, itens e inimigos, em Nômades você é trazido para o universo das Irrealidades logo de cara e de um jeito bem esperto, na forma de um relato em primeira pessoa com o Diário de Ducann; o restante do texto, detalhando o cenário principal e as regras, segue num estilo mais expositivo, mas ainda assim agradável de ler, o que ajuda bastante na tarefa de conhecer o sistema.

O lore de Nômades é bem estabelecido, mas não é engessado; a Cidade, por exemplo, pode ser qualquer cidade e, com pouca adaptação, pode-se jogar uma aventura de fantasia medieval em vez de uma fantasia urbana padrão. Por sua vez, a campanha introdutória que integra o livro tem uma estrutura mais definida, mas os jogadores, nas palavras do Marcelo Collar, “podem ignorar a existência desses detalhes ou abandonar a estrutura proposta no livro e seguir adiante com sua própria versão dos fatos.”

9 de março de 2021

(Mais Um) Oráculo do Destino

(Mais Um) Oráculo do Destino

Como jogar RPG Solo? Embora não exista uma única resposta a essa pergunta, existe uma grande chance dela ser elucidada da seguinte forma: usando seu sistema de RPG preferido e valendo-se de um oráculo, o que — de maneira bem simplista — pode ser entendido como qualquer forma de se responder perguntas sobre a cena.

Existem oráculos para tudo quanto é gosto e cada jogador pode criar tantos quantos achar necessário, mas o mais básico (e talvez essencial) de todos é aquele que responde a perguntas para as quais o resultado se limite a "Sim" ou "Não". Para isso, pode-se usar, por exemplo, uma moeda, onde uma face representa o "Sim" e a outra o "Não"; outra opção seria pegar qualquer dado e estabelecer que números pares representam um resultado positivo, enquanto os ímpares significam um resultado negativo, e por aí vai…

O famoso Mythic Game Master Emulator tem um oráculo de Sim/Não vitaminado, com probabilidades que se cruzam com um fator de caos para dar respostas que podem variar em intensidade e levar, também, a eventos aleatórios. É uma ideia bacana, que serviu de inspiração para muitos outros oráculos por aí, mas sejamos sinceros: se fosse a coisa mais simples do mundo de assimilar, ninguém precisaria de um fluxograma para lembrar de todos os detalhes.

Embora eu tenha curtido a experiência com o Fate Check do Mythic Variations II, muitas vezes me peguei tentado a usar o Oráculo do Destino do 2d10Solo, porque ele era mais simples e ainda trazia o elemento surpresa dos eventos inesperados; e apesar desse Oráculo do Destino do Tio Nitro possuir a possibilidade de se rolar com vantagem ou desvantagem, foi no Nômades que encontrei meu oráculo de Sim/Não favorito.

Embora o objetivo aqui não seja explicar o funcionamento do oráculo do Nômades, é importante ressaltar que é fácil generalizá-lo para uso com outros sistemas, mas tem hora que você quer rolar dados… Pensando nisso, acabei criando meu próprio Oráculo do Destino, que é inspirado nas mecânicas desenvolvidas pelo Marcelo Collar — que também parecem inspiradas no Mythic —, mas usando dados em vez de cartas, e no oráculo de mesmo nome do 2d10Solo.

O download do Oráculo do Destino pode ser feito aqui ou, em inglês, no itch.io ou DriveThruRPG.

- Ouvindo: ssshhhiiittt! - Танцы