Escrito por Marcelo Collar, Nômades éum RPG de fantasia urbana, sem mestre, no qual os jogadores interpretam pessoas que têm a capacidade de viajar entre realidades paralelas.
O jogo tem uma mecânica baseada em um baralho comum, e todas as situações — dos testes dos personagens ao combate, passando pelas perguntas sobre a cena e/ou cenário — se resolvem, de uma forma bem resumida, classificando as dúvidas (“O personagem conseguiu desviar do golpe?”, “O segurança foi convencido pela mentira do personagem?”, “Há uma saída de emergência nesse aposento?”, etc.) em Trivial, Lógico, Ilógico ou Impossível, com a resposta sendo dada pela(s) carta(s) sacada(s).
Diferente, por exemplo, do Troika!, que tem seu lore espalhado pelas descrições de backgrounds de personagens, itens e inimigos, em Nômades você é trazido para o universo das Irrealidades logo de cara e de um jeito bem esperto, na forma de um relato em primeira pessoa com o Diário de Ducann; o restante do texto, detalhando o cenário principal e as regras, segue num estilo mais expositivo, mas ainda assim agradável de ler, o que ajuda bastante na tarefa de conhecer o sistema.
O lore de Nômades é bem estabelecido, mas não é engessado; a Cidade, por exemplo, pode ser qualquer cidade e, com pouca adaptação, pode-se jogar uma aventura de fantasia medieval em vez de uma fantasia urbana padrão. Por sua vez, a campanha introdutória que integra o livro tem uma estrutura mais definida, mas os jogadores, nas palavras do Marcelo Collar, “podem ignorar a existência desses detalhes ou abandonar a estrutura proposta no livro e seguir adiante com sua própria versão dos fatos.”