30 de novembro de 2015

De Volta a Twin Peaks - Primeira Temporada, Episódio 5


Jacques Renault, o mais novo suspeito do assassinato de Laura Palmer, está foragido, e a equipe responsável pela investigação, comandada pelo agente especial Dale Cooper e pelo xerife Truman, está no apartamento do barman canadense coletando provas, à medida que devoram dezenas de donuts e alguns litros de café.

Uma das primeiras evidências encontradas no local é a camisa ensanguentada de Leo Johnson, o maior suspeito até então, plantada por Bobby Briggs na noite do dia anterior. Além de um exemplar da revista Flesh World, que confirma a ligação de Laura, Ronette, Leo e Jaques em uma trama de prostituição, Cooper encontra a foto de uma cabana com as janelas cobertas por cortinas vermelhas como as do seu sonho.

Chegou a hora de deixar o ambiente carregado do apartamento de Jacques Renault para um passeio pela floresta.


Com o roteiro de Frost e a direção competente de Lesli Linka Glatter, o casal formado por Donna Hayward e o insípido James Hurley volta a protagonizar cenas interessantes e com diálogos menos vergonhosos como os que devem ter inspirado George Lucas na hora de escrever as cenas românticas de Anakin e Padmé. A essa altura, mesmo pelas poucas cenas nos episódios anteriores, a maioria já perdeu a paciência com James, mas é interessante conhecer um pouco da história do personagem e as tretas com seus pais.

Outra cena interessante e – esta sim – bem bacana envolvendo outro jovem chato de Twin Peaks e sua família disfuncional se dá no consultório do Dr. Jacoby, com a sessão de terapia conjunta da família Briggs. Bobby, todo cheio de marra como sempre, insiste em uma postura desafiadora e blasé, até ser deixado a sós com o psiquiatra, que usa do que sabia pelo seu tratamento a Laura, para extrair mais informações do quarterback, que perde completamente a pose de valentão e deixa mostrar um lado fragilizado.


Ao buscar a cabine de cortinas vermelhas, Cooper, Hank, Hawk e um cansado Dr. Hayward acabam chegando à casa de Margaret Lanterman, conhecida também como a Mulher do Tronco, que os esperava há dois dias. Expressando-se, como sempre, de forma críptica, ela traduz para Cooper e aos demais o que seu tronco viu na noite em que Laura Palmer morreu.

Leland Palmer, agora no posto do personagem mais trágico da série, volta a entrar em colapso e isso se dá durante a festa organizada para um grupo de investidores islandeses. A cena, que começa desconfortável, ganha ares humorísticos, mas é um humor tão sombrio quanto a alma de Hank Jennings, que consegue botar medo até no bad boy Leo Johnson, e deve embolar o meio de campo do casal bacana formado pela bonitona Norma e o boa praça Big Ed.

- Ouvindo: Martina Topley-Bird (feat. Mark Lanegan & Warpaint) - Crystalised