28 de maio de 2011

Anime BH 2011


Acredito que o primeiro anime ao qual assisti foi Pirata do Espaço. Eu tinha uns 6 ou 7 anos, e me divertia com aquele robô gigante que atirava anéis de plasma ou qualquer outra coisa parecida em seus inimigos. Me divertia tanto, aliás, que uma das minhas brincadeiras era jogar argolas de plástico no meu irmão mais novo, simulando o ataque da nave/robô...

Ainda no mundo dos animes, quando criança também assisti ao incômodo - pelo menos pra mim - Don Drácula. Não lembro das histórias direito, mas o fato é que algumas me incomodavam, e muito. Passando aos tokusatsus, acompanhei Spectreman e, mais tarde, um pouco de Jaspion e Changeman. Havia também o Comando Estelar Flashman, mas esse conseguia ser pior do que os outros, na minha opinião.


Mais tarde chegaram a estrear muitos outros live actions japoneses, como Jiraya, Jiban, Kamen Raider e coisa e tal, mas eu já não me considerava mais tão criança para achar divertida aquela bizarrice toda. Os animes, pelo que me lembro, haviam sumido do mapa, com raras exceções, como Zillion.

O tempo passou, e os Cavaleiros do Zodíaco chegaram ao Brasil. Nessa época eu já estava pensando em vestibular, mas ainda tinha tempo para ficar de bobeira, assistindo TV. Foi então que, zapeando numa manhã tediosa, assisti a uma cena que me deixou, com o perdão do trocadilho, animado. No momento em que mudei de canal, vi um camarada atravessando o peito do outro com um soco, fazendo jorrar litros de sangue. Os caras não paravam de falar, mas um tinha atravessado o peito do outro com um soco! Aquilo sim era desenho animado...


Era uma situação muito diferente do que estávamos acostumados, mas aquela porradaria toda era muito bacana de assistir. Tão bacana que a série foi sucesso absoluto e é considerada a grande responsável pelo boom dos animes no Brasil durante a década de 1990.

Passa-se mais tempo, e novas gerações são arrebatadas por Dragon Ball Z, Pokémon e seus clones... Meu contato com a animação japonesa nessa momento é praticamente nulo, como ainda é hoje, e limitado apenas a alguns longas-metragens como Akira, A Viagem de Chihiro e outros medalhões do estúdio Ghibli.

Mas e o Anime BH, Gustavo-san? Calma que eu já chego lá...

Em 2009, após visitar a primeira (e divertidíssima) Jedicon MG, nos empolgamos e resolvemos fazer o mesmo com os eventos de anime da cidade, embora essa não fosse tanto a nossa praia como Star Wars... Assim, encaramos o Anime Festival e a primeira - e trocentas vezes adiada - edição do Anime BH. Resultado: contrariando nossas expectativas, nenhum dos dois eventos foi divertido.

O Anime Festival, o qual suportamos durante quase 1 hora, estava cheio demais e parecia um mercadão, enquanto o primeiro Anime BH estava o oposto, devido à queimada de filme dos seguidos adiamentos. Fora isso, houve ainda um agravante: esse tipo de evento não foi feito para quem não for um otaku.

Mas o que vocês foram fazer no Anime BH então, caras-pálidas, já que todos eventos desse tipo são praticamente a mesma coisa? Dois motivos: a presença dos fã-clubes de Star Wars, com direito a arena de sabres e presença dos cosplayers, e os shows das bandas de game music Abreu Project e Mega Driver.

O site do evento estava fora e não deu para conferir a programação de cada dia mas, como já tínhamos compromisso no sábado, nos despachamos para lá no domingo e foi mais ou menos isso que rolou...


Uma vez no Colégio Arnaldo, o primeiro problema: onde estava o pessoal dos fã-clubes de Star Wars? Ou melhor: onde estava qualquer coisa? Tanta atração/atividade foi listada no site, mas nenhuma delas estava sinalizada. Aliás, as únicas placas que víamos eram aquelas carregadas por garotos que devem passar tanto tempo assistindo animações dubladas em japonês que já se esqueceram de como se fala português, pois só conseguem expressar o que querem dizer/perguntar/pedir através do que escrevem nestas plaquinhas brancas, coitados...

Por termos saído tarde de casa, chegamos no momento em que o Abreu Project terminava de passar o som no palco mulambento. Assim, deixamos para procurar o pessoal do CJMG e companhia limitada após o show, que foi tão bacana quanto o realizado na abertura do VGL em 2009, e o melhor: maior. Outro ponto positivo: a equalização estava muito boa, e nenhum instrumento se sobressaía. O som só estava um pouco alto demais para o tamanho do lugar, mas nada que incomodasse.


A apresentação do Abreu Project nem havia terminado e a fome já estava batendo, pois tomamos café da manhã muito tarde e saímos de casa sem almoçar. Foi então que nos deparamos com o segundo (e pior) problema: para alimentar aquele bando de adolescentes famintos havia apenas três tendas, e uma delas estava praticamente inativa porque seus donos desconhecem a existência do microondas. Para falar a verdade, acho que ainda estejam tentando descobrir como se faz fogo...

Como as filas estavam grandes e demoradas, fomos procurar a nossa turma. Passamos tanto tempo conversando sobre a próxima Jedicon MG, que quando voltamos ao pátio para comer algo, apenas uma das tendas ainda tinha comida para vender. Adivinhem qual... Ganhou uma estrelinha aquele que pensou na tenda pertencente aos neandertais. Resultado: muito tempo esperando na fila para comer alguma coisa fria. Tanto tempo, que quase deu para acompanhar, da fila, o concurso de cosplay do início ao fim.


De barriga cheia na medida do possível, acompanhamos os troopers, Jedi e Sith em sua rápida aparição pelo evento, e ficamos aguardando o show do Mega Driver, que começou bastante atrasado e com o som totalmente desajustado e muito baixo, devido à realização simultânea de uma missa em uma capela anexa ao colégio.

No início foi impossível ouvir o show direito, porque o barulho da platéia era mais alto que o volume da banda e, para piorar, a equalização estava péssima, com a bateria se sobressaindo sobre os demais instrumentos. Isso só se resolveu um pouco depois, lá pela metade do show, quando a missa provavelmente terminou. A partir daí foi para ensurdecer.


A banda é bacana e os caras são virtuosos, como se espera dos membros de uma boa banda de heavy metal. Só que os arranjos do Mega Driver para os temas de videogames não me agradaram tanto como as versões do Abreu Project. As músicas até empolgam, mas alguma coisa fica faltando ou não casa bem. Foi um bom show, mas poderia ter sido melhor.

O fato é que um cara como eu tem que fugir de eventos assim, pois não sou otaku, não acompanho animes, não leio mangá e tenho o dobro da idade da maioria dos presentes. Só que eu não aprendo, e continuo me divertindo com concursos de cosplay e shows de game music, sejam eles realizados em um evento organizado ou não.

Confira mais fotos do evento aqui.