19 de fevereiro de 2015
Press Start - The Shivah
Para o rabino Russel Stone chegou a hora de desistir. Sem recursos para sustentar a decadente sinagoga B'Nai Ben-Zion e sem fiéis aos quais pregar, não há porque continuar. Amargurado, ele abandona um sermão no meio e expulsa o único fiel presente.
Pouco depois um detetive o procura a respeito de Jack Lauder, outro fiel afastado de sua congregação. A notícia recebida é dúbia: Jack foi assassinado, mas em seu testamento deixou uma considerável quantia de dinheiro para o rabino. O valor é o suficiente para revitalizar a B'Nai Ben-Zion, mas isso também coloca Russel Stone no topo da lista de suspeitos.
Incomodado com a origem do dinheiro e a suspeita de assassinato, o rabino decide investigar o crime por conta própria e confrontar seu passado.
Desenvolvido com o auxílio do Adventure Game Studio (AGS), uma ferramenta/engine gratuita para criação de aventuras gráficas, The Shivah é um jogo de 2006, com uma nova versão – The Shivah: Kosher Edition – lançada em 2013, trazendo gráficos melhorados, mas ainda antigos, novas músicas e dublagens.
Diferente das aventuras gráficas tradicionais nas quais se inspirou, em The Shivah não existe o mecanismo padrão ação + objeto. Para interagir com um personagem ou item, basta clicar nele. Se desejar examiná-lo, basta clicar com o botão direito.
Outra coisa que chama atenção é o inventário extremamente reduzido: ao longo do jogo você coleta um único item além dos outros dois que carrega, e pistas que o ajudarão em sua investigação. Estas últimas podem ser usadas em diálogos ou servem unicamente para dar dicas ao jogador.
A maior parte da investigação se resume a utilizar o computador, o que é meio estranho para um personagem com certa resistência a tecnologia. Basta ler alguns e-mails, consultar movimentações financeiras e fazer algumas buscas textuais para conseguir praticamente todas as pistas que necessita. As demais você arruma depois de muito papo – usando seu poder especial, a Resposta Rabínica, que consiste em responder uma pergunta com outra pergunta – e/ou ameaças.
A história do jogo é interessante, mas bem curta e linear. O ponto forte está nos diálogos, que fogem dos clichês, dão profundidade aos personagens, e o mais importante: também estão nos neles os puzzles mais difíceis e os pontos de decisão que levam aos diferentes finais.
Com pouco mais de 1 hora de duração, é meio difícil considerar justo o valor cobrado pelo jogo nos tradicionais meios de distribuição digital. De qualquer forma, The Shivah não deixa de ser um bom exemplo da cena independente e, principalmente, das possibilidades que o gênero oferece.
- Ouvindo: Title Fight - Rose of Sharon
Tag(s):
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