6 de abril de 2015

Press Start - Valiant Hearts: The Great War

Press Start - Valiant Hearts: The Great War

A Primeira Guerra foi um dos acontecimentos mais violentos promovidos pela humanidade, com estimativas que chegam a 37 milhões de casualidades. O conflito teve início em 1914, com o assassinato de Francisco Ferdinando, arquiduque do Império Austro-Húngaro.

Com a declaração de guerra, Karl, um jovem alemão que mora em Saint-Mihiel, se vê obrigado a deixar a esposa e o filho para trás ao ser deportado da França. Poucos dias depois, todos os franceses com idades entre 20 e 48 anos são convocados para a guerra, entre eles Emile, sogro de Karl.

Mesmo neutros no início do conflito, 128 americanos alistam-se na Legião Estrangeira para lutar ao lado dos franceses. É o caso do poeta Alan Seeger, mas também de Freddie, membro de uma família creole da Louisiana, que fugiu para a França com Margaret, filha de um figurão da navegação, a fim de se casarem.


A guerra estoura, e Karl e Emile vêem-se nos lados opostos do mesmo campo de batalha. Emile é atingido e tomado como prisioneiro, mas um bombardeio ao acampamento no qual era mantido quase acaba tirando sua vida. Em meio aos escombros ele é encontrado por Walt, um cão médico do exército alemão.

Apoiando os esforços de guerra franceses, seja levando soldados ao campo de batalha ou socorrendo os feridos, encontramos por fim Anna, uma jovem belga de família aristocrática, cujo pai foi raptado e forçado a trabalhar para o Barão Von Dorf, o excêntrico comandante do destacamento em que Karl foi alocado.

Seja a busca pelo genro, o desejo de vingança ou o resgate do seu pai, cada um – Emile, Freddie e Anna – vê seu destino apontando para Ypres, mas lá descobrem que a história ainda está longe de terminar.


Valiant Hearts: The Great War é um jogo de ação / puzzle com uma pegada bem semelhante ao genial The Cave. A diferença principal fica por conta da ação mais linear e direta, o que acaba combinando bem com o clima de urgência de um campo de batalha.

A história engloba o período entre 1914 e 1917, e é dividida em quatro capítulos. Imagino que um quinto capítulo, focado principalmente na entrada dos EUA na guerra e trazendo Freddie como o protagonista, apareça por aí em um DLC, mas o site oficial do jogo não dá pista alguma de que isso aconteça.

Cada capítulo é dividido em partes menores, representando diferentes momentos da guerra e focando a ação em um personagem específico. Existem momentos em que comandamos Emile e Freddie de forma cooperativa, por exemplo, mas a maior parte do tempo os heróis estão sozinhos ou acompanhados apenas do simpático e prestativo Walt.


A mecânica do jogo varia entre a solução de puzzles simples, como encontrar a chave para abrir determinada porta, e momentos de ação, nos quais os personagens são obrigados a fugir de tiros, pilotar tanques ou simplesmente evitar contato com os inimigos. Os momentos no controle da belga Anna ainda oferecem divertidas sequências de perseguição e tensos quick time events em que o ritmo é comandado pela gravidade dos ferimentos a serem tratados.

Tirando um aviso ou outro sobre a liberação de novas informações históricas na enciclopédia do jogo, não há na tela qualquer elemento de interface como inventários, contadores de vida, etc. O foco do jogador está o tempo todo em Emile ou seus companheiros, mas ao fundo ou até mesmo em primeiro plano não é incomum ver a movimentação de soldados inimigos ou aliados.

A arte é um pouco cartunesca e a princípio pode destoar do clima que o tema impõe, mas mesmo sem vermos os olhos dos personagens, sabemos que embaixo daquelas franjas e abas dos chapéus esconde-se a melancolia de um conflito sem sentido.


Valiant Hearts: The Great War não é um jogo que apresenta muita dificuldade, pois seu foco é a história. É uma pena que, pelo menos para mim, essa história não tenha sido tão memorável quanto a de Ellie e Joel, Lee e Clementine ou o desejo do velho Johnny de ir à lua. De qualquer forma, as aventuras de Emile, Karl, Freddie, Anna e Walt já deixaram saudade.

Gameplay:


- Ouvindo: Wormburner - Somewhere Else To Be

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