Metropolis, um planeta da galáxia Eraklon bastante semelhante a um planeta desértico de outra galáxia muito, muito distante, vive uma era de paz sob o governo da turma do stand-up meeting conhecida como Conselho dos Anciões, que por sua vez é liderada pelo Grande Irmão, um homem benevolente bem diferente da entidade criada por George Orwell.
Atravessando o espaço em
Como um bom tirano que pretende dominar a galáxia, Lord Graal não está sozinho. Além da sua tropa de Nureks, que certamente inspiraram o capacete de Dark Helmet em S.O.S. - Tem um Louco Solto no Espaço, o vilão está acompanhado do maníaco Dr. Kraspin, que também foi exilado de Metropolis e busca vingança, e da vampiresca Lady Agatha, uma mulher de 200 anos que mantém-se jovem através de um soro extraído do sangue de mulheres mais novas, como a cruel Condessa Báthory.
Após um massacre no qual todos os cosplayers de Luke Skywalker e todas as frequentadoras do mesmo cabeleireiro da Princesa Leia são sumariamente executados, os soldados de Lord Graal recuperam o elemento Kappa e voltam ao planeta Noxon. O achievement só não é 100% porque Barbara Gibson – o maior desafeto do recalcado Dr. Kraspin – deixou o local poucos minutos antes do ataque, atendendo ao comando do misterioso Ton Ton, um garoto oriental que tem as manhas do Truque Mental Jedi.
Alheio a tudo isso, o boa praça Golog vaga perdido pelo espaço na companhia de Kip, um cão robô com cara de máquina registradora, quando sua nave é derrubada em Noxon, onde acaba vítima de um ataque que faz dele a primeira cobaia do elemento Kappa, capaz de alterar a estrutura do corpo de uma pessoa, transformando-a em uma criatura invencível, o humanoide.
Irracional e sem barba – essas foram as únicas mudanças pelas quais o gigante interpretado por Richard Kiel, o Jaws dos filmes de James Bond, passou – o humanoide acaba capturado e enviado a Metropolis para dar cabo do plano de vingança arquitetado por Lord Graal e seu cientista louco de estimação, Dr. Kraspin.
No enredo original do filme, um marinheiro acabaria parando em uma ilha supostamente deserta, onde encontraria um cientista louco que deseja vingar-se de seus inimigos, transformando o náufrago em um ser de força sobre-humana e fúria animal. Mas veio o sucesso de Star Wars, e os italianos – famosos pelas suas cópias e sequências picaretas de filmes de sucesso – desistiram de lançar um clone de A Ilha do Dr. Moreau, transformando a ideia original em uma space opera similar à de George Lucas, com direito a um Darth Vader e (quase) tudo mais.
A produção, que custou aproximadamente 7 milhões de dólares, foi cara para a época, mas nem isso impediu o filme de ser uma sequência de tosqueiras sem fim. Até mesmo a trilha sonora de Ennio Morricone, o John Williams italiano, não presta, e muitas vezes soa totalmente desconectada com o que se passa na tela, como no momento em que a batalha final é embalada por um tema que parece feito para um brinquedo de parque de diversões.
L'Umanoide, como qualquer trash que se preze, é bastante divertido pelo humor involuntário causado por efeitos especiais baratos, atuações de quinta categoria e situações absurdas. O filme, entretanto, ganha uma camada ainda mais interessante pela extrema picaretagem na tentativa de emular Star Wars. A cara de pau é tamanha, que o diretor – Aldo Lado – chegou ao cúmulo de assumir o pseudônimo de George Lewis.
É interessante notar que em todas as cópias de Star Wars houve um investindo pesado (ou nem tanto assim) nos efeitos especiais, como se apenas isso fosse o suficiente para o sucesso destas produções. Como se vê nos cinemas atuais, infelizmente essa mentalidade ainda predomina.
Trailer
- Ouvindo: Charles Mingus - Goodbye Pork Pie Hat