20 de julho de 2015

Chá de VHS - Os Trapalhões na Guerra dos Planetas

Chá de VHS - Os Trapalhões na Guerra dos Planetas

Como não poderia deixar de ser, o Brasil também entrou na onda dos plágios filmes inspirados em Star Wars. Com roteiro de Renato Aragão, Os Trapalhões na Guerra dos Planetas está entre as produções de maior público no país, atraindo mais de 5 milhões de espectadores aos cinemas.

A história começa com uma longa e monótona propaganda da Gurgel perseguição, que descobrimos ser resultado do envolvimento de Didi com uma mulher comprometida. Os quatro Trapalhões acabam conseguindo fugir, e acampam em um ponto afastado da estrada, onde são visitados por um disco voador tosquíssimo pilotado pelo canastrão Príncipe Flick, que precisa de ajuda para enfrentar o cruel Zuco.


Acompanhado de um wookie genérico – Bonzo é o seu nome – e dos quatro picaretas, o príncipe volta ao seu planeta – um Tatooine de baixa renda – onde encontra o pau quebrando entre Tusken Raiders cabeçudos e um bando de figuras encapuzadas. Sem pensar duas vezes, o grupo de heróis parte para a luta, distribuindo porrada em todos que passam pela frente. Em meio à bagunça generalizada, o vilão carnavalesco aparece e sequestra a Princesa Myrna, fugindo do local a pé.

A busca pela princesa passa pelos lugares mais ilógicos e toscos: uma discoteca bizarra e vazia como o fim de noite na Cantina de Mos Eisley, que serve apenas para uma longa e desnecessária cena de dança, influência do sucesso de Dancin' Days, provavelmente; uma caverna habitada por uma aranha gigante digna dos filmes da década de 1950; uma floresta povoada pelos terríveis homens chroma key invisíveis.


A luta final contra Zuco e sua turma é uma das mais bisonhas já filmadas, com o vilão – um Darth Vader subnutrido – virando alvo de um raio paralisante logo no início da pancadaria. Ainda assim, a cena consegue ser bem longa e cansativa, com Didi e companhia limitada trocando golpes com o pelotão de shadowtroopers falsificados e totalmente inofensivos, apesar de armados.

Nos momentos finais do filme, descobre-se que, infelizmente e inesperadamente, a princesa foi desintegrada no processo de clonarem seu rosto, mas o príncipe acaba – como se nada tivesse acontecido – ficando com sua irmã, Loya, até então o interesse romântico de Didi, que termina o filme sozinho, em um dos clichês mais manjados dos filmes d'Os Trapalhões.


Apesar de ser um filme de comédia, Os Trapalhões na Guerra dos Planetas só consegue fazer rir pelos motivos errados, pois é um trash digno de figurar entre os mais toscos da história do cinema por esbanjar atuações deprimentes, efeitos especiais precários, história rasa, situações sem sentido, som terrível, figurinos pobres, cenários porcos e pouco inspirados, cortes repetidos, etc.

Tirando o Star Wars Turco, para mim o pior filme derivado de Star Wars era, até então, o Episódio I. Isso até rever essa tranqueira que causaria vergonha alheia até em Ed Wood, mas deixaria George Lucas orgulhoso, pois foi um dos filmes mais lucrativos d'Os Trapalhões.

Filme Completo


- Ouvindo: The Greenhornes - Can't Stand It

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