3 de agosto de 2015

Chá de VHS - Starcrash

Chá de VHS - Starcrash

Apesar dos turcos terem fornecido muito material para os entusiastas do trash, com suas cópias baratas de sucessos do cinema americano, os italianos não ficaram atrás com suas versões genéricas - e até mesmo sequências - de produções de Hollywood.

De Tubarão (Shark: Rosso Nell'Oceano) a Exterminador do Futuro (Terminator 2), passando por Predador (Robowar), O Exorcista (Beyond the Door), Caçadores da Arca Perdida (The Mines of Kilimanjaro), Alien (Alien Contamination), Conan (Ironmaster: La Guerra Del Ferro) e infinitas versões de Mad Max (Warriors of the Wasteland) e Fuga de Nova York (Escape From The Bronx), não faltam exemplos da picaretagem criatividade dos italianos, que muitas vezes chegaram a misturar elementos dos vários filmes copiados em uma única produção.

Como não poderia deixar de ser, o sucesso de Star Wars inspirou os caras-de-pau cineastas italianos a lançar suas space operas similares. É o caso do caro, mas tosquíssimo, L'Umanoide e do seu primo pobre Starcrash.


Estrelado por Caroline Munro e com participação de Christopher Plummer e do novato David Hasselhoff, Starcrash entra sem esforço em qualquer lista dos piores filmes já feitos. Ainda assim, não é tão tosco quanto Os Trapalhões e a Guerra dos Planetas.

A história começa com uma nave à busca do planeta onde Zarth Arn, o barrigudo déspota das Estrelas Assombradas, escondeu a "arma mais poderosa de toda a galáxia", quando a tripulação se vê vítima de um ataque, forçando os sobreviventes a lançarem-se rumo ao desconhecido em cápsulas de fuga.

Alheios a isso, a contrabandista Stella Star e seu navegador, o estridente e alucinado Akton, fogem da polícia, representada aqui pelo alienígena Thor e o robô Elle, um misto de C-3PO e Darth Vader, com sotaque texano.


Os criminosos acabam escapando, mas deparam-se com uma das cápsulas de fuga à deriva, onde encontram um sobrevivente justamente a tempo de serem alcançados pelos policiais, que os levam a julgamento. Akton acaba condenado a 200 anos de prisão, enquanto Stella é sentenciada a trabalhos forçados pelo resto de sua vida.

Stella – que na prisão veste-se com um pouco mais do que um biquíni, enquanto todos os outros usam roupas mais adequadas para carregar materiais radioativos por aí – consegue fugir, mas é recapturada e convocada pelo benéfico Imperador a localizar, com a ajuda de Thor, Elle e Akton, seu filho e a arma secreta construída pelo maligno Conde Zarth Arn.

A busca começa em um planeta comandado por amazonas, que enviam um robô gigante de topless ao encalço de Stella e Elle. Dali o grupo segue para um planeta gelado, onde a heroína quase acaba morta por causa de temperaturas que podem chegar a "milhares de graus" negativos, e termina sua jornada em outro mundo inóspito, habitado desta vez por homens primitivos.


Tirando os diálogos cretinos, as atuações exageradas – nem mesmo Christopher Plummer salva – e os efeitos especiais tosquíssimos, o que faz de Starcrash memorável são as situações absurdas. A melhor (ou pior?) delas envolve um ataque à nave de Zarth Arn com torpedos tripulados, uma ideia mais idiota que as mais mirabolantes do Sir Bedevere interpretado por Terry Jones em Monty Python em Busca do Cálice Sagrado.

Apesar de alguns apelidarem Starcrash de O Star Wars Italiano, o filme bebe bastante na ficção científica dos anos 1950. O excesso de fontes de "inspiração" é tanto, que faz com que o roteiro seja um dos mais rocambolescos e confusos que já existiu, pois tentaram incluir de tudo. Acredito, inclusive, que só não apareceram ninjas, zumbis e dinossauros na história porque o orçamento era bem baixo.

Trailer


- Ouvindo: Kapsül - Martir

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