13 de julho de 2015

Chá de VHS - Uchu Kara No Messeji (Message From Space)

Chá de VHS - Uchu Kara No Messeji (Message From Space)

Lançado em 1978, Uchu Kara No Messeji (Message From Space) é uma produção do estúdio Toei. O filme – o mais caro rodado no Japão até a época de sua estreia – teve direção de Kinji Fukasaku, um dos codiretores de Tora! Tora! Tora!, e roteiro de Shotaro Ishinomori, discípulo de Osamu Tezuka e criador de Kamen Rider, entre outros.

Como tantas outras ficções científicas da época, Uchu Kara No Messeji se inspirou em Star Wars no desejo de replicar o sucesso comercial da galinha dos ovos de ouro de George Lucas. As "coincidências" começam pela pegada space opera, obviamente, mas vão além da tentativa de replicar os mesmos efeitos especiais produzidos pela ILM. Não faltam personagens e situações semelhantes, e até mesmo uma música bastante parecida com o tema da Princesa Leia, composto por John Williams, se repete de tempos em tempos.


A história começa no planeta Jillucia, agora destruído pela guerra travada contra as forças do Império Gavanas. Na esperança de derrotar os invasores e libertar o planeta, o líder dos nativos envia ao espaço as Leyabes, oito nozes sementes sagradas, que a lenda diz serem capazes de encontrar oitos bravos guerreiros.

No encalço das nozes, o líder dos jillucianos envia sua neta, a Princesa Emeralida, que se veste de maneira bem semelhante a uma famosa princesa de Alderaan, e o guerreiro Urocco. Como os japoneses têm uma certa obsessão por navios cruzando no espaço, a dupla parte em uma caravela rumo aos confins do universo.


Com o passar do tempo, os oito Guerreiros de Leyabe são encontrados, mas inicialmente nem todos estão dispostos a ajudar. Essa situação muda, como é de se esperar, e a trupe reunida é a mais extravagante: o melancólico e quixotesco ex-general Garuda e seu fiel robô Beba-2; os pilotos de racha Shiro e Aaron; a rica e idealista Meia, também uma excelente pilota; o malandro e inútil Jack, cujo único interesse é levantar dinheiro para pagar a dívida que tem com um figurão perigoso; o guerreiro Hans, o verdadeiro herdeiro do Império Gavanas, agora exilado em um planeta desértico; o próprio Urocco, que se descobre um dos escolhidos quando já é meio tarde.

A ameaça do Império Gavanas chega à Terra, e a batalha final tem início. Para destruir Jillucia, que não tem mais salvação por ter sido transformado em uma base militar semelhante a outra que não é uma lua, os dois jovens pilotos devem voar em um apertado duto de ventilação para explodir o reator principal, enquanto são perseguidos por caças com asas em forma de X.


Diferente de Wakusei Daisenso, que é bem cansativo mesmo com uma história corrida, Uchu Kara No Messeji é um filme bastante divertido e dinâmico. Os efeitos especiais toscos, tão comuns aos tokusatsus, estão presentes, mas as cenas de ação são até bem feitas e passam emoção, coisa que também acontece na luta de espadas travada entre Hans e o usurpador Rockseia, que por acaso traja uma armadura negra como outro tirano de uma galáxia muito, muito distante.

Com influências de Os Sete Samurais, Kabuki, Star Wars – que por sua vez também se inspirou nas histórias de samurai – e a estética exagerada e brega da discoteca, Uchu Kara No Messeji é uma pérola trash do cinema japonês da década de 1970. Fãs da saga criada por George Lucas podem até torcer o nariz, mas esse filme, com tudo que ele tem de mal feito, consegue ser mais divertido do que qualquer episódio da trilogia prequel.

Trailer


- Ouvindo: Bomba Estéreo – Fiesta