Apesar do lixo – no mau sentido – absoluto que é a trilogia prequel, da qual praticamente nada se salva, há que se tirar o chapéu para George Lucas pelo lançamento de Star Wars em 1977. Além de consolidar um novo modelo de negócios baseado em produtos licenciados, o filme revolucionou a indústria de efeitos especiais.
O sucesso de Star Wars foi tanto, que inúmeros estúdios lançaram cópias descaradas ou produções inspiradas no filme. O estúdio japonês Toho, responsável pelo clássico Godzilla e seus inúmeros spin-offs, foi um desses que tentou capitalizar em cima do hype criado pela obra de George Lucas, levando aos cinemas – ainda em 1977 – a ficção científica Wakusei Daisenso.
A história do filme começa no futurístico outono de 1988, com o planeta sofrendo interferências elétricas vindas de Vênus. Alguns avistamentos de OVNIs ao redor do mundo preocupam as autoridades, mas a coisa fica séria quando a Estação Espacial Terra sucumbe diante do ataque perpetrado pelas forças do Comandante Hell, autointitulado Imperador da Galáxia.
Movido única e exclusivamente pelo início dos ataques, o estoico Professor Takigawa retoma a construção da nau espacial Gohten. Enquanto a nave não é finalizada, cidades são destruídas e o terror se espalha pela humanidade, com os alienígenas finalmente descobrindo a localização da base secreta em que os engenheiros e cientistas
A invasão das instalações secretas acelera ainda mais a construção da Gohten, e os heróis partem às pressas para o ataque, algo que culmina com a ida da tripulação a Vênus, onde os alienígenas estabeleceram uma base de operações.
Wakusei Daisenso teve uma produção tão corrida quanto o projeto Gohten, algo que se explica pela ânsia do estúdio em lançar o filme ainda em 1977, antes da estreia de Star Wars no Japão. Isso afetou na qualidade do filme, certamente, mas os efeitos especiais, que alguns consideram ruins até para os padrões dos tokusatsus, são até eficientes.
A sonolenta batalha final em Vênus está anos luz atrás de qualquer coisa que a ILM já produzia na época, mas ainda assim é o ponto forte do filme, que foi o último dirigido por Jun Fukuda – o responsável pelos piores tokusatsus estrelados por Godzilla, segundo os fãs.
Apesar de tentar surfar a mesma onda que Star Wars, Wakusei Daisenso é, na prática, um descendente das ficções científicas da década de 1950. Os figurinos bizarros, com direito a alienígenas de capuz e um wookie demoníaco, as situações forçadas, o enredo fraco, as atuações toscas e a edição picareta, que abusa de cenas de arquivo e cortes repetidos, fazem do filme um autêntico trash japonês. Não muito divertido, mas bem trash.
Trailer
- Ouvindo: Squirrel Nut Zippers - Hell
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