Em um futuro não tão distante, a humanidade envia seu terceiro grupo de astronautas a Marte. A missão ainda está no início, quando uma tempestade de areia atinge o sítio de exploração, colocando em risco o retorno da tripulação, que se vê obrigada a sair do planeta antes do planejado.
Em meio à operação de evacuação, um dos astronautas – o botânico e faz-tudo Mark Watney – acaba perfurado por uma antena quebrada como consequência da tempestade, e o pior: a força do vento o joga para longe dos seus colegas de equipe, que não têm outra opção a não ser deixá-lo para trás, visto que seus sinais vitais foram interrompidos.
Para sorte (ou não) de Mark Watney, ele sobrevive ao acidente. Sem ter como comunicar-se com a NASA, sua esperança é manter-se vivo até a próxima missão Ares, na qual pretende ser resgatado. Para isso, o astronauta precisa, entre outras coisas, cultivar alimentos no solo árido e infértil do planeta em que acabou preso.
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The Martian – Perdido em Marte no Brasil – é o primeiro livro de Andy Weir, um engenheiro de software que tem como hobby o estudo de dinâmicas orbitais. Seu entusiasmo pelo assunto é tão grande, que o autor chegou a escrever um programa para simular a trajetória que levaria uma nave tripulada a Marte. Ao levantar situações de risco, planos de contingência e as possíveis soluções para os problemas encontrados pela tripulação de sua missão fictícia, Weir vislumbrou o que viria a se tornar a história de Mark Watney.
Publicado originalmente de forma gratuita e episódica, o livro foi – a pedido dos leitores – lançado de forma independente para o Kindle em 2011, quando chegou à lista dos mais vendidos do gênero de ficção científica, com mais de 35.000 cópias vendidas em 3 meses. O sucesso foi tanto, que os direitos de publicação foram adquiridos pela editora Crown, que relançou a obra em formato físico em 2014.
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Por se tratar de um personagem sozinho em um planeta inóspito, a escolha de contar a história como um diário de Mark Watney é mais que acertada. A pegada científica é bem forte e realista, até onde isso é possível, e o autor não economiza em detalhes. Nem por isso, entretanto, a narrativa fica cansativa como as quilométricas notas de rodapé do chatíssimo Operação Cavalo de Troia.
Para não cair na monotonia, o que de fato acaba acontecendo em alguns momentos, até mesmo pela estrutura e temática, o foco da história muda para o controle da missão na NASA, com outros dramas se desenvolvendo em paralelo ao vivido pelo personagem principal em Marte. Isso dá ao livro um fôlego extra, quando você começa a se perguntar como – e até quando – o autor levará a trama adiante.
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The Martian foi adaptado para o cinema e está previsto para estrear no Brasil no início de Outubro, com Matt Damon no papel de Mark Watney e direção de Ridley Scott. O trailer tem pouco menos de 4 minutos de duração, mas entrega praticamente a história inteira, incluindo o final. Quem leu o livro e já teve a oportunidade de assistir ao filme gostou do resultado; eu vou esperar sair de cartaz, pois não tenho saco para o público mal educado dos cinemas.
Quem curte ficção científica pé no chão ou thrillers de sobrevivência tem em The Martian uma boa pedida. O livro, que já ganhou uma nova capa com o pôster do filme, pode ser encontrado na Amazon (em versão Kindle ou física), Submarino e tudo mais. Até pouco tempo atrás, era possível encontrar a versão com a capa original em um supermercado perto do meu QG, mas essas cópias provavelmente já foram recolhidas.
- Ouvindo: Killing Joke - Night Time