5 de março de 2015

Press Start - Max Payne 3

Press Start - Max Payne 3

Sou o mais velho de uma família com quatro filhos, sendo o caçula dez anos mais novo do que eu. Com isso acabei, mesmo que de forma involuntária, tendo contato com coisas totalmente fora do meu radar pela falta de tempo ou total desinteresse.

Além do GTA: San Andreas, outro jogo que meus irmãos tentaram me aplicar em um passado já meio longínquo foi o primeiro Max Payne. Como na época eu estava mais ligado em CRPG's, acabei não dando bola para aquele camarada com cara de constipado, que dava tiros em câmera lenta à la Neo.

Corta para 2014, e uma boa promoção de jogos da Rockstar na PSN acabou colocando Max Payne 3 no meu HD. O desconto era bom, mas o mérito maior foi o fato de ter sido desenvolvido pela mesma empresa do excelente Red Dead Redemption.


Ignorando o que aconteceu nos jogos anteriores da série, o que se sabe é o seguinte: Max Payne está em São Paulo, trabalhando como segurança da família de Rodrigo Branco, um poderoso empresário do ramo imobiliário. Quem o indicou para este trabalho foi Sócrates Raul Passos, um ex-colega de Max na academia de polícia de Nova York.

Uma festa acontece na cobertura de alto luxo de Rodrigo Branco, quando bandidos invadem o lugar para sequestrar sua esposa, Fabiana. Eles são membros do Comando Sombra, uma organização criminosa instalada na favela Nova Esperança. A longa cutscene termina, a troca de tiros começa e Max salva o dia, apesar de ter enchido a cara durante a festa.

Poucos dias depois vemos Max escoltando Fabiana, sua irmã, Giovanna, e Marcelo Branco, o irmão festeiro de Rodrigo, a uma casa noturna. Novamente Max está enchendo a cara em algum canto, quando o Comando Sombra volta e outra troca de tiros acontece. Desta vez, entretanto, os criminosos conseguem capturar Fabiana e fogem do local em um helicóptero.


O valor pedido pelo resgate é alto: 3 milhões de dólares, que deverão ser entregues aos sequestradores em um estádio de futebol. Sem pensar duas vezes, Rodrigo envia Sócrates Raul - nome extremamente comum no Brasil - e Max para fazerem a troca. Tudo corria bem até que o Crachá Preto, um grupo paramilitar de ultradireita, entra em ação para assassinar os membros do Comando Sombra e roubar o dinheiro do resgate. Como era de se esperar, outro tiroteio começa após a cutscene, e Max faz novos "amigos" ao trucidar os paramilitares...

Daí pra frente o padrão se repete. Os cenários mudam, alguns flashbacks são apresentados, mas o esquema é sempre o mesmo: cutscene, tiroteio, cutscene, tiroteio, cutscene, tiroteio... É como se a lógica principal do jogo pudesse se resumir no seguinte:

for (Capitulo capitulo : listaCapitulos) {
 capitulo.exibirCuscene();
 capitulo.iniciarTiroteio();
}


Diferente da liberdade experimentada em Red Dead Redemption ou em qualquer GTA, em Max Payne 3 o caminho é único, sequencial e não há desvio. Uma pena, porque os cenários incitam a exploração, mas não passam de extensos corredores pelos quais você é obrigado a passar.

Incomoda também o uso excessivo de cutscenes, muitas delas longas a ponto de você deixar o controle de lado enquanto espera. Até entendo que o jogo busque um estilo bastante cinematográfico, mas se a ideia é assistir a um filme de ação extremamente exagerado, violento, estereotipado, cheio de clichês e com um personagem principal unidimensional, prefiro desligar o cérebro e me divertir assistindo novamente a Machete.

- Ouvindo: Francisco the Man - Loaded

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