A cada três anos celebra-se em Kashyyyk o Dia da Vida, um dia sagrado para os wookies. Chewbacca é um desses que segue firmemente a tradição de voltar ao seu planeta nesta época, mas o encontro com tropas do Império pode atrapalhar os seus planos.
Para a sorte do wookie, Han Solo está disposto a ajudá-lo a chegar em casa. A dupla só não imagina que Darth Vader, à procura dos rebeldes envolvidos com a destruição da Estrela da Morte, ordenou um bloqueio a Kashyyyk, impedindo qualquer um de entrar ou sair do planeta.
Enquanto Chewie não volta para Kashyyyk, cabe à sua família lidar com os oficiais do Império que invadiram sua casa para buscar provas que possam conectar os wookies à Rebelião.
Para quem acreditava, como eu, que o pior spinoff oficial de Star Wars foi a trilogia prequel, uma dica: o famigerado Star Wars Holiday Special é muito mais lixo, mesmo sem Jar Jar Binks, a atuação deprimente de Christian Haydensen e os diálogos bisonhos entre Padmé e Anakin.
A produção foi ao ar uma única vez, no dia 17 de Novembro de 1978, mas não foi esquecida graças às cópias que espalharam-se de mão em mão e hoje podem ser encontradas em qualquer canto obscuro e mal frequentado da internet como o YouTube, aquele covil de escória e vilania.
Apesar de ter uma história ambientada no universo de Star Wars, com (quase) toda a parafernália que isso envolve, o holiday special é, antes de tudo, um show de variedades para a família toda. Ou seja: vale qualquer coisa nessa gororoba.
A história começa com Han e Chewie na Millenium Falcon, fugindo de dois cruzadores imperiais na órbita de Tatooine. Ou um planeta que se pareça com Tatooine, tipo o novo Jakku... O interior da nave está escuro, deixando bem claro que o cenário original não foi usado, e cenas do filme são exibidas à exaustão e na cara de pau, de forma meio semelhante ao que foi feito no Star Wars Turco, mas com um pouco mais de dignidade.
Passam-se os créditos de abertura e somos transportados para Kashyyyk, mais especificamente à casa de Chewbacca, onde conhecemos sua família: Malla (esposa), Itchy (pai) e Lumpy (filho). É uma família comum como qualquer outra da galáxia e aderente ao Estatuto da Família, com a exceção de um simples detalhe: composta por wookies, cuja comunicação se resume a rugidos intraduzíveis.
Já imaginou passar alguns valiosos minutos da sua vida assistindo a três wookies conversando? Evite...
Malla, tirando a preocupação com o atraso do marido em voltar para Kashyyyk – o que a faz entrar em contato com Luke Skywalker e Leia – leva uma rotina comum, cuidando da casa, assando biscoitos e tentando fazer um cozido de bantha enquanto acompanha a receita em um programa culinário conduzido por Gormaanda, uma alienígena de quatro braços; Itchy faz o que qualquer idoso aposentado como o Vovô Simpson faz: nada; Lumpy, por sua vez, é uma criança agitada padrão, que corre e brinca por aí, provocando distúrbios na Força.
O sossego da família, até onde isso existe em um ambiente onde todos rugem o tempo todo, é interrompido por uma pequena tropa imperial à procura de possíveis atividades ligadas à Rebelião. Apesar de meio truculentos, os oficiais são até bem tranquilos quando comparados com os sandtroopers de Tatooine, que teriam feito churrasco de wookie há muito tempo, deixando o holiday special mais curto e bem menos sofrido de assistir, apesar de mais trágico.
Elementos como um show de malabarismo chato como devem ser os espetáculos do Cirque du Soleil, performances musicais psicodélicas, sketches humorísticos como o da cozinheira Gormaanda e até um desenho animado são inseridos de forma gratuita no meio da trama, pois este é, afinal de contas, um show de variedades. Tirando a música cantada por Leia, o artifício é sempre o mesmo: algum dispositivo, desses que o George Lucas adoraria licenciar, é colocado em funcionamento, resultando na exibição de um vídeo. O resultado é estranho, cansativo muitas vezes e, como no caso de Itchy e seu vaporizador mental, de uma conotação sexual desconcertante.
Diz a lenda que George Lucas, que não teve qualquer envolvimento com a produção, comentou certa vez que se tivesse "tempo e uma marreta", ele iria atrás de todas as cópias do holiday special – não é especial de Natal, para ficar claro – para destruí-las. Se eu fosse ele, perderia meu tempo destruindo as cópias do Episódio I e desfazendo as mexidas e
Feliz Dia da Vida!
- Ouvindo: Viet Cong - Continental Shelf